Notícia - Em Jundiaí, 5,5 mil empregadas domésticas são cadastradas28 de abril de 2022 Em Jundiaí, 5,5 mil empregadas domésticas são cadastradas
As empregadas domésticas têm sido pauta de questões trabalhistas há muitos anos, principalmente por conta da falta de regulamentação correta. Segundo o Sindomésticas Jundiaí, no município há 5,5 mil profissionais cadastrados.
Nesta quarta, ao comemorar o Dia Nacional do Trabalhador Doméstico, a presidente Érica Aparecida Santos Bernardes, lamenta a falta de regulamentação. "Sabemos que há o triplo desse número de trabalhadoras que, na maioria das vezes, trabalha sem carteira assinada", afirma.
Érica explica que o termo empregada doméstica se refere àqueles que trabalham três dias em um local, registrados. Já as diaristas e faxineiras são as que fazem limpeza em residências, escritórios ou empresas sem vínculo empregatício. "Neste caso, elas são contratadas, falam o valor dos serviços e terminam no final da limpeza", afirma.
Atualmente o salário base da empregada doméstica que trabalha 44 horas semanais é R$1.418,39.
Érica afirma que embora seja muito comum, trabalhar na ilegalidade nunca é vantajoso para as partes. "Mesmo com os descontos é mais vantajoso, pois tem direito a FGTS, Seguro Desemprego e tem segurança de em caso acorra de algum acidente ou doença, o trabalhador ser assistido pelo INSS. A legalidade do contrato de trabalho é segurança para ambos", explica.
Ana Maldonado, 48 anos, trabalhou cerca de quatro anos na área e nunca foi registrada e sofreu na pele por conta disso. "Ninguém nesta categoria é valorizada. Cuidamos de muito além da casa. Cuidamos do cachorro, do filho, de toda a família e nem sempre somos levados a sério.
Na casa onde trabalhava como empregada doméstica fui demitida por WhatsApp, com uma mão na frente e outra atrás e por conta disso procurei o sindicato, para mover uma ação e receber", conta.
Mesmo nas casas onde foi diarista, sofreu com o aproveitamento de alguns patrões. "Tinha clientes que deixavam a casa 30 dias sem limpeza e queriam que ficasse perfeito em apenas um dia de trabalho e não fica. Também passei por casas e apartamentos onde as pessoas eram super compreensivas e fui muito bem tratada. Uma das casas onde passei, eles me tinham como membro da família", relata.
Ana Paula Machado, 41 anos, trabalha de segunda a sábado, sendo três vezes em uma casa registrada e nas outras quatro sem registro. "Faz 10 anos que trabalho com faxina. Já trabalhei com pessoas que valorizam e também muitas que não valorizam. Hoje estou muito satisfeita com meus empregadores", afirma.
A profissional afirma que consegue um bom salário com a forma que trabalha. "Se eu conseguir manter nesse ritmo consigo tirar um salário legal. Minha profissão na carteira é operadora de caixa, mas não troco minhas faxinas para voltar a minha antiga profissão".
Feriado
Para ela, o dia deve ser comemorado. "É uma maneira de ressaltar o trabalhador que todos os dias deixa sua casa e seus filhos para dedicar com zelo e cuidado da casa dos empregadores Por isso que dia 27 de abril é feriado para os trabalhadores domésticos, por força de convenção coletiva de trabalho, uma forma de honrar nossa tão sofrida categoria, ainda mais depois que foi tão afetada pela pandemia, demitindo muitas empregadas", afirma.
SEDCAR - Sindicato dos Empregadores Domésticos de Campinas e Região
Sindicato
dos Empregadores Domésticos de Campinas e Região